sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

CRÔNICA DE FÉRIAS: "VARIAÇÕES SOBRE O PRAZER"

Por: Pericles Gomes
Imagem: Internet

Hoje acordei mais cedo do que comumente tenho despertado. Quando me levanto fico sempre na dúvida se devo tomar café ou almoçar. Apesar das férias, nunca abandono as minhas leitura. E hoje senti vontade ler Rubem Alves. Uma breve inferência: Rubem Alves é o escritor brasileiro que mais me dá prazer, seus escritos são saborosos. E aos que me perguntam o motivo do meu contentamento em lêlo, respondo com uma frase dele mesmo: "Faz tempo que para pensar sobre Deus não leio os teólogos, leio os poetas". Ele consegue reunir em si ambas as coisas, é teólogo, mas graças a Deus também é poeta. 

Pois bem, passei o dia com “Variações sobre o prazer” em mãos, livro que ganhei de presente de Ellen Roberta,minha professora amiga ou será amiga professora? por quem tenho enorme afeição. O livro foi escrito “sob uma inspiração culinária e gastronômica”, como o próprio autor afirmou. Não me canso de lê-lo. Recomendo a todos quantos desejam uma boa leitura.

Escrevo com a intenção de motivá-los não apenas a ler, mas a “degustar” este livro e os escritos do Rubem, escrevo apenas uma ““notas de canapé”, coisas pequenas e saborosas, algumas doces, outras apimentadas, que abrem o apetite”.

“A vida é assim: a gente escolhe um caminho na esperança de ele vá nos conduzir a um lugar de alegria. Tolos, pensamos que a alegria está ao final do caminho. E caminhamos distraídos, sem prestar atenção. Afinal de contas, caminho é só caminho, passagem, não é ponto de chegada. Com frequência, a gente não chega lá, porque morre antes. Mas há uns poucos que chegam ao lugar sonhado – só para descobrir que a alegria não mora lá. Caminhamos sem compreender que a alegria não se encontra ao final, mas as margens do caminho. Não foi isso que disse Riobaldo: “O real não está na saída e nem na chegada, ele se dispõe para a gente é no meio da travessia””.

Em outras palavras ele está nos dizendo que a única coisa que não podemos é deixar de caminhar. Mas não vale qualquer caminho, precisamos saber aonde vamos. Caso contrário à vida pode nos dar a mesma resposta que o gato a Alice no país das maravilhas. Para quem não se lembra, recordo. Alice está perdida em uma encruzilhada, em uma árvore ver um gato e lhe pergunta: - “Para onde vai esta estrada?” E o gato lhe interroga: “Aonde desejas ir?” e ela responde que não sabe aonde quer ir, está perdida. Então de forma magistral o gato sentencia: “Para quem não sabe aonde ir, qualquer caminho serve”.

E o Rubem corrobora com isso ao nos escrever: “Lembre-me das palavras de Walt Whitman: “Quem anda duzentos metros sem vontade, anda seguindo o próprio funeral, vestindo sua própria mortalha...”” “É preciso escolher. Porque o tempo foge. Não há tempo para tudo. Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo. É necessário aprender a arte de “abrir mão” – a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial”.

A nossa felicidade, portanto, é um itinerário que todos são chamados a percorrer. “Alegrando-se na contemplação das telas da Bíblia de Marc Chagall, o filósofo francês Gaston Bachelard proclamou a sua fé: “O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso””.

Diretor-presidente: Pericles Gomes. Edição e Revisão: Adenilson de Oliveira. Produção Executiva: Jailton Silva Gomes. Direção de Pauta: Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Marketing e Propaganda: Abel Meira Gomes. Colunistas: Pericles Gomes/Leandro Bahiah/Pedro Henrique/Kallil Diaz. Colaboradores: Jamilson Campos/Henrique Alexandria e Josenaldo Jr.

domingo, 8 de janeiro de 2017

GRATIDÃO E OBRIGAÇÃO É PRECISO DIFERENCIÁ-LAS.


Por: Leandro Bahiah.
Imagem: Internet.

"O problema de estar sempre à disposição é achar que temos obrigação, sem direito a gratidão".

Se quiseres saber se um homem é digno de confiança, é preciso ficar atento para um requisito – Se ele é grato. Um dos mais nobres sentimentos – é a gratidão. Isso serve para todas as situações, ocasiões e percursos da vida. Quando você faz um favor o que realmente espera do agraciado? Não espera que o mesmo recompense, mas, espera-se que o beneficiador do favor seja grato. Caso contrário, não foi favor e sim divida. Sermos gratos é algo que está no dia a dia: Grato por ter famílias, por ter professores, amigos, vida, por ter a proteção de Deus... Por ser acolhidos. Ser grato é ser feliz.
Ser grato é um estado constante de eterno agradecido, não é uma divida ou ser escravo. É algo maior e sublime, um reconhecimento que só os nobres de alma são capazes de compreender. Lembre-se que uma divida pode ser cobrada ou até perdoada, contudo, jamais pode ser cobrado alguém por falta de gratidão, a consciência ou a necessidade futura baterá as portas como um reclame, e o homem grato estará lá, e prontamente servirá ou não, como diria Caetano.
O essencial é ser justo, um homem bom é confundido com “besta”, e besta está relacionado a alguém que pode ser ludibriado, que quer agradar a todos, que não replica é um sangue de barata como diz o ditado popular. Toda vez que você ouvir: “Fulano é besta ajudou Sicrano e ele nem aí...”. E se a resposta for mais o menos assim: “Deixa pra lá”, talvez, estejamos diante de uma pessoa com credito de gratidão.
Sabe qual é a pior acusação que um homem pode lavar? É a de ser ingrato! Ouvi recentemente de alguém: “Não dou confiança quem é ingrato” e você daria confiança quem lhe traiu? Talvez. E quem foi ingrato contigo? Ser grato é um reconhecimento que transborda, extrapola... Contudo, não é uma divida. É algo que sua consciência acusa-lhe, por algo que você foi beneficiado sem de fato ter direito, porque quando você tem direito, outro não fez mais que sua obrigação.

Diretor-presidente: Pericles Gomes. Edição e Revisão: Adenilson de Oliveira. Produção Executiva: Jailton Silva Gomes. Direção de Pauta: Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Marketing e Propaganda: Abel Meira Gomes. Colunistas: Pericles Gomes/Leandro Bahiah/Pedro Henrique/Kallil Diaz. Colaboradores: Jamilson Campos/Henrique Alexandria e Josenaldo Jr.