Por: Pericles Gomes
Fonte: pericleskinho.blogspot.com.br
Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça e Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento Comercial: Amauri Leão. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Edilene Bahiah, Jamilson Campos, Matheus Lima, Thaylana Santos e Werônica Rios.
Ando com o coração um tanto inquieto, ou melhor, desassossegado. Com palavras não consigo explicar os motivos de tamanha comichão. Este frenesi tem me causado uma verdadeira turbulência interior. Por mais que me esforce à encontrar respostas, não consigo me comprazer.
Então, já que percebi que não consigo, desisti. Aonde essa desistência me levará eu não sei. Tentei defenestrar o que sinto e não consegui.
Escondo-me e resguardo-me no escaninho da minh'alma. Internalizo meus sentimentos e finjo à todos que eles não existem. Nunca existiu e jamais existiram. E acabo sempre externalizando risos tímidos, fingidos e disfarçados. E valho-me da máxima de Fernando Pessoa: "o poeta é um fingidor. Finge tão completamente. Que chega a fingir que é dor. A dor que deveras sente".
O meu cantor favorito Renato Russo, afirmou que "já estava cheio de se sentir vazio". E o poeta Manoel de Barros reverbera com ele ao escrever: "a mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinitos". Recorro-me a ambos neste momento provavelmente pelo estado em que minha alma e meu coração se encontram... Cheio de se sentir vazios. E tendo o infinito inteiro para poder preenchê-los.
Mas duma coisa é certa: não fujo do quero e sinto. (Mas, confesso que não é fácil querer o quero e nem sentir o que sinto).
Mas sinto e quero!
Sinto a poesia na manhã fria e cinzenta, sinto alegria no que penso, no cantar logo cedo das aves, naquilo que ainda não escrevi por medo, no calor escaldante do sol à pino, na oração matinal onde rogo a Deus e das noites longas em que viajo nos meus sonhos.
Não compreendo como isso pôde acontecer. Nem gosto do tal destino, prefiro a explicação do Manoel de Barros: "meu fado é de não entender quase tudo. Sobre o nada eu tenho profundidades". E isto me basta.
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