quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

TÊM COISAS QUE SÓ ACONTECEM EM GOZOLÂNDIA. (UM CONTO).



Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido mera coincidência... 



IMAGEM DA INTERNET.
Conto: Leandro Bahiah.
Imagem: Internet.

Gozolândia é uma cidadezinha que se localiza no Sul da Bahia. É um lugarejo afastado de tudo e de todos, cheios de adversidades, poetas-sonhadores, de pessoas humildes e de pouquíssimos ricos, onde seu pecúlio é para esbanjar e passar na face dos miseráveis de sonhos usurpados. Poderosos que ficam absortos no seu mundinho de hipocrisia, mesquinhez, gastando o seu precioso tempo com o supérfluo. 

É neste lugar peculiar que vive Roberto Bismoto, figura ímpar que trazia no semblante o ar de uma verdadeira autoridade com “A” maiúsculo. Tinha quarenta anos, amarelo, magro, alto, filho e membro de importante família que por muitas décadas se tornou notáveis e conseguiu altaneiramente cargos e status graças a generosidade do povo que tinha na política uma paixão e não um agente modificador que pudesse transformar Gozolândia em um belo lugar. 

Roberto detinha certa arrogância, e comportava-se como um jovem inconsequente e que tinha em Dona Maria, sua mãe, o seu porto seguro. Sua mãe uma pessoa meiga, carismática de uma civilidade invejável. A autoridade em questão era casada com a plebeia Ana Fátima, menina do povo que viu na autoridade o seu amor-perfeito e encostou-se ao Roberto somente por amor. Pai da primogênita Maximiliana, que já era uma moça que gostava e ostentava a sua riqueza fazendo justiça social.

É no meio desse paraíso tropical que se encontra a Lili. E quem é Lili? Uma adolescente de apenas treze anos, negra, seus dentes alvos, a pele da cor do pecado, que tinha o poder de seduzir seja quem fosse. Em Gozolândia e na região, Lili era conhecida como chave de cadeia.

 E o nosso herói Roberto, cego de paixão caiu na doce armadilha de Lili, a ninfeta mais desejada, e que via em Roberto a sua mais nova vitima. Os boatos saíram a respeito do suposto adultério de nossa autoridade, uma vez, que era visto muitas vezes durante a noite rondando com o seu Fusca-79 a procura da amada. Deixando sua fiel esposa em casa a esperar. E Ana Fátima desconfiava, indagativa pressionava o seu esposo:

- São os meus opositores, amor... – argumentava Roberto. – pessoas más que não querem ver ninguém feliz.

- Ela é menor de idade. Eu não posso acreditar. - dizia Ana Fátima, chorando dramaticamente, fingindo acreditar no seu “Casto” esposo.

 Meses depois... Estava Roberto Bismoto diante de um Juiz, sua condição? Réu. Bismoto fora julgado pelo crime de Aliciamento de Menor, a mãe de Lili, Elvira denunciou a Promotoria Pública, e este por sua vez representado pelo Doutor Ivan Rego, disse que Bismoto usava da sua condição financeira e de autoridade para aliciar suas vítimas. E com esses argumentos conseguiu condenar Roberto. 

E todos de Gozolândia ficaram estarrecidos com ocorrido. Muitos defendiam Roberto, outros o condenavam sem piedade. Contudo, Roberto cumpriu um terço da pena e voltou nos braços do povo, afinal de contas, estamos em Gozolândia, à cidade das autoridades que cuida do povo, povo que perdoa os réus, afinal, apesar das provas, tinham aqueles que diziam:

- Lili é puta.

Lili era vítima, dos favores, dos presentes, e do dinheiro oferecido por Roberto, e - Ela - sem formação emocional ou intelectual, via na sua beleza e nos prazeres mórbidos que dava aos seus algozes, um meio de ganhar o mundo.

                                                FIM.

Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça e Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento Comercial: Amauri Leão. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Edilene Bahiah, Jamilson Campos, Matheus Lima, Thaylana Santos e Werônica Rios.