Por: Guilherme Fiúza
Imagem: Internet
A presidente da República declarou que a oposição tenta destruir a imagem da Petrobras. Dilma Rousseff continua, portanto, na linha da humildade absoluta – cogita existir alguém capaz de destruir a imagem da Petrobras melhor que ela e seu governo. É uma lição de modéstia. Andaram retrucando na internet que a verdadeira destruição da imagem da Petrobras é Dilma e a presidente da empresa posando juntas de macacão laranja – mas isso é coisa de gente machista e reacionária. É por essas e por outras que o PT trabalha duro para consertar as verdades nacionais, como se vê no IBGE.
É intolerável a existência de um instituto de estatística que possa, a qualquer momento, divulgar números desagradáveis para a revolução do proletariado. Só pode ser conspiração da direita, como diria o companheiro Delúbio. Note-se o índice de inflação. Com todo o trabalho do governo popular para dar um banho de loja nos preços, com a maquiagem caprichada das tarifas públicas, vem o IBGE e mostra, sem a menor sensibilidade, que a inflação estoura o teto da meta. Não há revolução que aguente um órgão público alienado desse jeito. O ideal seria internar todo o corpo técnico do IBGE no STF, para um workshop com aqueles juízes que sabem como inocentar quadrilheiros sem perder a pose acadêmica.
Entre os preços maquiados pelo governo popular está o da gasolina. Isso não ajudou a destruir a imagem da Petrobras, coisa da oposição. Ajudou a destruir a própria Petrobras, derrubando o valor da empresa no mercado. Ou seja: esconder inflação custa caro, e é insuportável que esses técnicos sem noção do IBGE venham jogar todo o esforço no lixo, com seus números desobedientes e alienados.
Mas isso não ficará assim. Numa manobra revolucionária, a presidência do IBGE suspendeu até o fim do ano a divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) Contínua, que traz dados sobre emprego e renda. A ideia é rever a metodologia. As pesquisas sobre desemprego são importantes demais para ficar nas mãos de pesquisadores.
Houve de imediato uma rebelião no corpo técnico, com a renúncia da diretora de pesquisa e ameaça de paralisação das atividades. Se o governo popular tivesse a coragem da companheira Cristina Kirchner, botava logo todo mundo no olho da rua e passava a divulgar números feitos em casa, com sensibilidade social e consciência política – como deve ser toda estatística. Espelho bom é o que satisfaz o dono.
Interessante notar que o pedido formal para a manobra metodológica do IBGE veio da senadora Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao governo do Paraná. Quem é o amigo de fé, irmão camarada e coordenador da campanha eleitoral de Gleisi? Ele mesmo, o político mais famoso do momento, o homem que era vice-presidente da Câmara dos Deputados e teve de renunciar por pressão dos invejosos que não têm um doleiro para chamar de seu: André Vargas.
Foi, portanto, muito oportuna a iniciativa de Gleisi Hoffmann pela intervenção no IBGE, dentro da doutrina petista de botar a verdade nos trilhos. Alguém que convive com André Vargas e a turma que faz brotar dólares na palma da mão não pode deixar que a informação circule por aí solta assim, como uma libertina. Vai que a oposição fica sabendo o que não deve e resolve destruir também a imagem da senadora – como fez com a Petrobras?
Por uma dessas coincidências da vida, o mesmo doleiro que sugava a Petrobras abastecia o companheiro e financiador de Gleisi Hoffmann. Deve ser tudo uma armação da oposição para destruir a imagem de todas essas pessoas de bem. Curiosamente, uma das empresas do tal doleiro repartiu negócios com a Delta, líder das pilantragens no Dnit e nas obras do PAC – área sob supervisão da Casa Civil, então chefiada por Gleisi Hoffmann. Naturalmente ela não sabia de nada. Só sabia que podia confiar em André Vargas.
O bom disso tudo é que o Brasil também confia em todos eles. A linhagem da Casa Civil que desemboca na parceira de André Vargas tem ninguém menos que Erenice Guerra, Antonio Palocci e José Dirceu, entremeados por Dilma Rousseff. O novo IBGE deveria fazer a pesquisa de renda só com essa turma. Chega de estatísticas tristes
Fonte: Época
Imagem: Internet
A presidente da República declarou que a oposição tenta destruir a imagem da Petrobras. Dilma Rousseff continua, portanto, na linha da humildade absoluta – cogita existir alguém capaz de destruir a imagem da Petrobras melhor que ela e seu governo. É uma lição de modéstia. Andaram retrucando na internet que a verdadeira destruição da imagem da Petrobras é Dilma e a presidente da empresa posando juntas de macacão laranja – mas isso é coisa de gente machista e reacionária. É por essas e por outras que o PT trabalha duro para consertar as verdades nacionais, como se vê no IBGE.
É intolerável a existência de um instituto de estatística que possa, a qualquer momento, divulgar números desagradáveis para a revolução do proletariado. Só pode ser conspiração da direita, como diria o companheiro Delúbio. Note-se o índice de inflação. Com todo o trabalho do governo popular para dar um banho de loja nos preços, com a maquiagem caprichada das tarifas públicas, vem o IBGE e mostra, sem a menor sensibilidade, que a inflação estoura o teto da meta. Não há revolução que aguente um órgão público alienado desse jeito. O ideal seria internar todo o corpo técnico do IBGE no STF, para um workshop com aqueles juízes que sabem como inocentar quadrilheiros sem perder a pose acadêmica.
Entre os preços maquiados pelo governo popular está o da gasolina. Isso não ajudou a destruir a imagem da Petrobras, coisa da oposição. Ajudou a destruir a própria Petrobras, derrubando o valor da empresa no mercado. Ou seja: esconder inflação custa caro, e é insuportável que esses técnicos sem noção do IBGE venham jogar todo o esforço no lixo, com seus números desobedientes e alienados.
Mas isso não ficará assim. Numa manobra revolucionária, a presidência do IBGE suspendeu até o fim do ano a divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) Contínua, que traz dados sobre emprego e renda. A ideia é rever a metodologia. As pesquisas sobre desemprego são importantes demais para ficar nas mãos de pesquisadores.
Houve de imediato uma rebelião no corpo técnico, com a renúncia da diretora de pesquisa e ameaça de paralisação das atividades. Se o governo popular tivesse a coragem da companheira Cristina Kirchner, botava logo todo mundo no olho da rua e passava a divulgar números feitos em casa, com sensibilidade social e consciência política – como deve ser toda estatística. Espelho bom é o que satisfaz o dono.
Interessante notar que o pedido formal para a manobra metodológica do IBGE veio da senadora Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao governo do Paraná. Quem é o amigo de fé, irmão camarada e coordenador da campanha eleitoral de Gleisi? Ele mesmo, o político mais famoso do momento, o homem que era vice-presidente da Câmara dos Deputados e teve de renunciar por pressão dos invejosos que não têm um doleiro para chamar de seu: André Vargas.
Foi, portanto, muito oportuna a iniciativa de Gleisi Hoffmann pela intervenção no IBGE, dentro da doutrina petista de botar a verdade nos trilhos. Alguém que convive com André Vargas e a turma que faz brotar dólares na palma da mão não pode deixar que a informação circule por aí solta assim, como uma libertina. Vai que a oposição fica sabendo o que não deve e resolve destruir também a imagem da senadora – como fez com a Petrobras?
Por uma dessas coincidências da vida, o mesmo doleiro que sugava a Petrobras abastecia o companheiro e financiador de Gleisi Hoffmann. Deve ser tudo uma armação da oposição para destruir a imagem de todas essas pessoas de bem. Curiosamente, uma das empresas do tal doleiro repartiu negócios com a Delta, líder das pilantragens no Dnit e nas obras do PAC – área sob supervisão da Casa Civil, então chefiada por Gleisi Hoffmann. Naturalmente ela não sabia de nada. Só sabia que podia confiar em André Vargas.
O bom disso tudo é que o Brasil também confia em todos eles. A linhagem da Casa Civil que desemboca na parceira de André Vargas tem ninguém menos que Erenice Guerra, Antonio Palocci e José Dirceu, entremeados por Dilma Rousseff. O novo IBGE deveria fazer a pesquisa de renda só com essa turma. Chega de estatísticas tristes
Fonte: Época