O QUE É QUE EU VOU FAZER COMO O MEU STATUS?
SOLIDARIEDADE: MÃOS DADAS. |
Por: Leandro Bahiah.
Imagem: Internet.
O que somos? Nada. Do ponto de vista religioso: somos imagem e semelhança de Deus. E isto, nos conforta. Porque seria muito desesperador, para nós, seres humanos ser apenas obra do acaso. Pois, neste sentido, a vida não faria sentido nenhum. Estaríamos sós, diante do universo, sem expectativa de nada após a morte – Desesperador? De certo que sim, – como afirmou o escritor, poeta e dramaturgo paraibano/pernambucano Ariano Suassuna em uma entrevista.
Recomendo que antes que você parta, ao invés de viagens inesquecíveis, templos religiosos, visita a gurus. Visite um hospital – principalmente, que tenha convênio com o SUS, ou, que seja público. Assim, depararemos com a nossa FINITUDE, ali, temos que ter paciência mesmo sentindo dor, e diante da correria – deparar com a solidariedade, com a esperança, e, com a presença da MORTE.
A morte é algo, que, nós sempre queremos esquecê-la, não obstante, é ela, a morte, que nos humaniza, faz-nos rever valores e conceitos, Suassuna em “A Moça Caetana: A Morte Sertaneja” toca na morte sem banalidade, porém, na real a mesma nos reduz ao NADA, por isso, questionemos-nos: vale ser arrogantes? Menosprezar os irmãos, perder o nosso tempo com coisas banais e efêmeras? Porque estamos no mesmo barco.
E se estamos no mesmo barco, por que o desprezo com os negros, inferiorização das mulheres, e a indiferença com os pobres, à insensibilidade com a causa LGBTs? A Solidariedade é muito mais necessária e cristã, e muita mais boniteza, pois, agarremo-nos a ela, a solidariedade e a compaixão.
E é preciso que em vida – falemos em/na morte, não é mau presságio ou mau agouro, é um exercício de humildade e dar certeza da nossa finitude. Leia os versos do Mestre:
Ariano Suassuna: A Moça Caetana - A Morte Sertaneja (com tema de Deborah Brennand).
Eu vi a Morte, a moça Caetana,
com o Manto negro, rubro e amarelo.
Vi o inocente olhar, puro e perverso,
e os dentes de Coral da desumana.
com o Manto negro, rubro e amarelo.
Vi o inocente olhar, puro e perverso,
e os dentes de Coral da desumana.
Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel,
os peitos fascinantes e esquisitos.
Na mão direita, a Cobra cascavel,
e na esquerda a Coral, rubi maldito.
os peitos fascinantes e esquisitos.
Na mão direita, a Cobra cascavel,
e na esquerda a Coral, rubi maldito.
Na fronte, uma coroa e o Gavião.
Nas espáduas, as Asas deslumbrantes
que, rufiando nas pedras do Sertão,
Nas espáduas, as Asas deslumbrantes
que, rufiando nas pedras do Sertão,
pairavam sobre Urtigas causticantes,
caules de prata, espinhos estrelados
e os cachos do meu Sangue iluminado.
caules de prata, espinhos estrelados
e os cachos do meu Sangue iluminado.
Pois, diante do “caos” de um hospital, com pacientes impacientes com inúmeras doenças, damos conta da nossa finitude, e mais, podemos perceber concretamente a presença de – Deus. E, isso, nos fortalece e anima a fazer o bem – de ser solidário, e, fazer-se um novo homem e uma nova mulher em tempos de tormenta como nesses tempos nossos vividos.
|Diretor-presidente: Pericles Gomes | Edição e Revisão: Adenilson de Oliveira | Produção Executiva: Jailton Silva Gomes | Direção de Pauta: Leandro Bahiah | Direção de Arte: Pedro Henrique. Marketing e Propaganda: Abel Meira Gomes | Colunistas: Pericles Gomes/Leandro Bahiah/Pedro Henrique/Kallil Diaz | Colaboradores: Jamilson Campos/Henrique Alexandria e Josenaldo Jr.|