domingo, 15 de março de 2020

SOMOS FINITOS, E ISSO, BASTA-ME PARA PRATICAR A SOLIDARIEDADE CRISTÃ.

O QUE É QUE EU VOU FAZER COMO O MEU STATUS?


SOLIDARIEDADE: MÃOS DADAS.
Por: Leandro Bahiah.
Imagem: Internet. 


O que somos? Nada. Do ponto de vista religioso: somos imagem e semelhança de Deus. E isto, nos conforta. Porque seria muito desesperador, para nós, seres humanos ser apenas obra do acaso. Pois, neste sentido, a vida não faria sentido nenhum. Estaríamos sós, diante do universo, sem expectativa de nada após a morte – Desesperador? De certo que sim, – como afirmou o escritor, poeta e dramaturgo paraibano/pernambucano Ariano Suassuna em uma entrevista.

Recomendo que antes que você parta, ao invés de viagens inesquecíveis, templos religiosos, visita a gurus. Visite um hospital – principalmente, que tenha convênio com o SUS, ou, que seja público. Assim, depararemos com a nossa FINITUDE, ali, temos que ter paciência mesmo sentindo dor, e diante da correria – deparar com a solidariedade, com a esperança, e, com a presença da MORTE.

A morte é algo, que, nós sempre queremos esquecê-la, não obstante, é ela, a morte, que nos humaniza, faz-nos rever valores e conceitos, Suassuna em “A Moça Caetana: A Morte Sertaneja” toca na morte sem banalidade, porém, na real a mesma nos reduz ao NADA, por isso, questionemos-nos: vale ser arrogantes? Menosprezar os irmãos, perder o nosso tempo com coisas banais e efêmeras? Porque estamos no mesmo barco.

E se estamos no mesmo barco, por que o desprezo com os negros, inferiorização das mulheres, e a indiferença com os pobres, à insensibilidade com a causa LGBTs? A Solidariedade é muito mais necessária e cristã, e muita mais boniteza, pois, agarremo-nos a ela, a solidariedade e a compaixão.

E é preciso que em vida – falemos em/na morte, não é mau presságio ou mau agouro, é um exercício de humildade e dar certeza da nossa finitude. Leia os versos do Mestre:

Ariano Suassuna: A Moça Caetana - A Morte Sertaneja (com tema de Deborah Brennand).

Eu vi a Morte, a moça Caetana,
com o Manto negro, rubro e amarelo.
Vi o inocente olhar, puro e perverso,
e os dentes de Coral da desumana.

Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel,
os peitos fascinantes e esquisitos.
Na mão direita, a Cobra cascavel,
e na esquerda a Coral, rubi maldito.

Na fronte, uma coroa e o Gavião.
Nas espáduas, as Asas deslumbrantes
que, rufiando nas pedras do Sertão,

pairavam sobre Urtigas causticantes,
caules de prata, espinhos estrelados
e os cachos do meu Sangue iluminado.

Pois, diante do “caos” de um hospital, com pacientes impacientes com inúmeras doenças, damos conta da nossa finitude, e mais, podemos perceber concretamente a presença de – Deus. E, isso, nos fortalece e anima a fazer o bem – de ser solidário, e, fazer-se um novo homem e uma nova mulher em tempos de tormenta como nesses tempos nossos vividos.


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