terça-feira, 16 de agosto de 2016

SÃO ROQUE: MUITOS ADMIRADORES E POUCOS IMITADORES

Por:  Pericles Gomes

São Roque é um dos muitos santos dos quais sabemos muito pouco. O que se sabe é que nasceu na França, por volta do ano de 1295, duzentos anos antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Não existem grandes certezas sobre a sua vida, a maior parte dos seus dados biográficos estão envolvidos em mistério. Até o seu verdadeiro nome é desconhecido, já que Roch (Roque) seria o seu nome da sua família e não o seu nome de batismo. Morreu com apenas 32 ou 33 anos. Não foi pregador famoso, não deixou nada escrito, não fundou nenhuma congregação religiosa, apenas viveu o Evangelho de Jesus, e isso foi o suficiente para que muitos o amem e lhe tenha singular predileção, dos quais orgulho-me de fazer parte. 

 É devotado como protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste é grande, sendo orago de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais.

Dom Cristiano, bispo emérito de Jequié, nos ajuda com sua reflexão sobre São Roque, assim nos exortou: “São Roque tem muitos admiradores e poucos imitadores. Muitos pedidores e poucos seguidores. Seria bom que seus devotos soubessem alguma coisa da vida dele. Era de família rica, herdeiro de muitos bens. Posso imaginar o jovem Roque a escolher o seu caminho diante do texto sobre o jovem rico que não teve a coragem de aceitar o convite de Jesus para deixar seus bens e seguir o Senhor”.  

É importante ainda lembrar que a devoção popular aos santos faz parte da vida da Igreja. E ela é boa e importante à medida que nos encaminha para Nosso Senhor Jesus. Volto mais uma a vez a Dom Cristiano: “Não sei se os santos querem ser elogiados e cantados. Mais que admirados, querem ser imitados. Mais que ajudar-nos a resolver os nossos próprios problemas, os santos querem ajudar-nos com seu exemplo de uma vida dedicada aos outros. Mais que devotos aos santos, o mundo quer cristãos como eles”.

Nos nossos dias são grandes o número de pestes que São Roque precisa nos livrar e extirpar para longe da nossa gente. A peste das drogas lícitas e ilícitas que tem destruído vidas e famílias, a peste da fome que mata todos os dias milhões de irmãos nossos e como disse o papa Francisco na Evangelli Gaudium: “Nosso Senhor continua nos dizendo: Dais-lhes vós mesmos de comer” (cf.Mt 14, 13-21), a peste da ganância e da indiferença que é fruto do fechamento e do egocentrismo. São muitas as pestes e nesse seu dia, pedimos a São Roque que nos olhe generosamente e como no canto: “leva a Jesus nosso brado contra o contagio da peste”.

Hoje mais do que nunca, carecemos da sua intercessão. Por isso, humildemente pedimos e dizemos: São Roque rogai por nós, intercedei por nós. E Viva São que!

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