Por: Pericles Gomes
Imagem: internet
Entre os anos 70 a.C e 19 a.C viveu um brilhante poeta romano, por quem tenho grande afeição. Virgilius Maro ou para nós simplesmente Virgilio. Explico o motivo da citação do seu nome nessa reflexão. Ele é o autor da magistral e aterradora sentença: “Sed fugit interea fugit tempus”. Traduzo: “Mas ele foge irreversivelmente o tempo foge”. Isso pode nos causar medo a priori, no entanto, o que mais ela nos lega é o desejo latente de aproveitar bem cada momente. Carpe diem. Viva o hoje. Tempus fugit.
Imagem: internet
Entre os anos 70 a.C e 19 a.C viveu um brilhante poeta romano, por quem tenho grande afeição. Virgilius Maro ou para nós simplesmente Virgilio. Explico o motivo da citação do seu nome nessa reflexão. Ele é o autor da magistral e aterradora sentença: “Sed fugit interea fugit tempus”. Traduzo: “Mas ele foge irreversivelmente o tempo foge”. Isso pode nos causar medo a priori, no entanto, o que mais ela nos lega é o desejo latente de aproveitar bem cada momente. Carpe diem. Viva o hoje. Tempus fugit.
Rubem Alves, para mim o Virgilio brasileiro nos brindou com uma frase paradoxal, acalenta e por vezes machuca: “Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será...”. Sabendo que o tempo foge, não nos resta alternativa... Carecemos cuidar mais do nosso tempo, pois sabemos que tempo é questão de prioridade e nós quem as elencamos. Perdoem-me o trocadilho pueril: saborear a alegria de cada momento é sempre um momento saboroso de alegria.
Tempus fugit! O ex-primeiro-ministro Britânico, Benjamin Disraeli nos relembrou que “a vida é muito curta pra ser pequena”, já basta que ela curta seja, para que a apequenemos ainda mais. Precisamos a todo o momento recordar que somos sim passageiros, mas o nosso destino é a eternidade. Divido com todos a minha feliz crença de que a eternidade é-terna, logo, vale a pena viver bem a nossa vida. Foi algo parecido que o coelho ensinou a Alice no país das maravilhas. Perguntou ela ao Coelho: “quanto tempo dura o eterno”. E eis que a resposta é surpreendente: “às vezes apenas um segundo”.
Trago ainda para esta reflexão o inesquecível desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista Millôr Fernandes, um brasileiro que sem sombra de dúvidas percebeu, assim como Virgilio que “o tempo foge irreversivelmente o tempo foge”. Tempus fugit! Por isso, escreveu ele: “quem mata o tempo não é assassino e sim... suicida”. Que isso ecoe em nossas vidas nesse novo ano que se iniciará logo mais.
Pediram-me para escrever algo que ajudasse as pessoas a começar bem o ano de 2016, achei que poderia fazê-lo. Só quando me pus a escrever que percebi toda a minha incompetência e me assustei por perceber que não conseguiria. Nunca li um livro de auto-ajuda, penso que aí esteja a raiz da minha inabilidade. Mas, quando percebi o quanto havia jogado fora tanto tempo da minha vida e visto tantos amigos se definhando pelo mesmo motivo, decidi que deveria trazer a lume este tema.
Há quem creia no contrário, mas acredito que só temos uma vida e é a ela que devemos dedicar todo o nosso tempo. Renato Russo escreveu na música o “Teatro dos vampiros” que “a primeira vez é sempre a última chance”. Vale o alerta. Tempus fugit. Caso contrário, corremos o risco de chegar ao fim da vida e ter que repetir o poema VIVER A VIDA de Jorge Luis Borges, escritor, ensaísta e novelista argentino, um dos maiores expoentes culturais do seu país e da América do Sul. Foi escrito quando o autor descobriu que sofria de uma doença incurável e que lhe restava pouco tempo de vida. Tinha então, 88 anos. Proponho que procurem pelo poema completo, porei somente alguns versos:
"Se eu pudesse viver novamente minha vida, trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Teria menos pressa e menos medo.
Daria valor secundário às coisas secundárias;
Daria valor secundário às coisas secundárias;
na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria muito mais alegre do que fui. Só na alegria existe vida.
Manteria distância enorme das pessoas ciumentas e possessivas. (...)
Seria muito mais alegre do que fui. Só na alegria existe vida.
Manteria distância enorme das pessoas ciumentas e possessivas. (...)
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos sopa,
teria menos problemas reais e nenhum problema imaginário. (...)
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no início da primavera
e continuaria assim até o final do outono” (...)Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento: Leandro Bahiah. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Jamilson Campos, Matheus Lima e Werônica Rios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário