Mary Vieira Knorr, de 53 anos, é suspeita da matar as filhas (Foto: Reprodução/G1) |
“Tenho uma informação preliminar da perícia de que as vítimas morreram por embolia pulmonar. Mas ainda aguardo os laudos periciais para saber o que provocou isso. Os peritos tem duas hipóteses: envenenamento ou asfixia”, disse o promotor Rogério Leão Zagallo, que denunciou Mary à Justiça por homicídio doloso. “Se for envenenamento é preciso saber se a mulher colocou algum veneno na comida das vítimas para matá-las. Se for asfixia, é preciso saber se elas foram esganadas ou se inalaram gás tóxico, já que estava vazando gás de cozinha no local”.
Os laudos são produzidos pela Polícia Técnico-Científica. Procurada na sexta-feira (11) para comentar o assunto, a assessoria de imprensa do órgão comentou que o prazo para a conclusão dos laudos é de um mês.
Para a Polícia Civil, Mary pode ter matado as filhas no dia 12 de setembro e o cachorro no dia 13. De acordo com a investigação, ela pode ter tido um “surto” desencadeado por problemas financeiros ou divergências com as filhas.
Desde que foi presa, Mary já passou pelo Hospital Univeristário da USP e Hospital Psiquiátrico Pinel, ambos na capital, onde estava internada por ter sido encontrada “alterada” por policiais militares. Na terça-feira (8), no entanto, ela foi transferida para a Penitenciária Feminina 1 de Tremembé, no interior de São Paulo, onde deverá ficar presa até seu eventual julgamento.
Em Tremembé, a mulher deverá fazer companhia a outras presas conhecidas, como Suzane Richthofen (condenada pelas mortes dos pais em 2002), Anna Carolina Jatobá (cumpre pena pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni em 2008) e Elize Araújo Kitano Matsunaga (detida preventivamente até ser julgada por esquartejar o marido, diretor executivo da Yoki, em 2012).
Para a Polícia Civil, um ‘surto psicótico’, desencadeado por divergências com as adolescentes ou dificuldades financeiras, pode ter motivado Mary a cometer os crimes.
O delegado Gilmar Contrera, titular do 14º Distrito Policial, em Pinheiros, pediu a Justiça a realização de um exame de insanidade mental para saber se a mulher é inimputável (não pode responder por seus atos), é semi-imputável (responde parcialmente por suas atitudes) ou é imputável (pode ser responsabilizada criminalmente pelo que fez). Desde que foi presa ela ainda não foi ouvida porque, segundo a investigação, ela se recusou a ser interrogada.
Na última quinta-feira (3), a juíza Lizandra Maria Lapenna aceitou a denúncia de homicídio doloso feita pelo Ministério Público contra Mary, que se tornou ré no processo. O promotor acusou a mulher de usar meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas para cometer os assassinatos.
Na última quinta-feira (3), a juíza Lizandra Maria Lapenna aceitou a denúncia de homicídio doloso feita pelo Ministério Público contra Mary, que se tornou ré no processo. O promotor acusou a mulher de usar meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas para cometer os assassinatos.
O G1 não localizou o advogado de defesa da acusada, Lindenberg Pessoa de Assis, para comentar o assunto. Até agora sua cliente não foi interrogada pela Polícia Civil.
Irmãs Giovanna e Paola Victorazzo foram mortas (Foto: Reprodução / arquivo pessoal) |
Crime
Policiais militares foram até a casa da acusada no dia 14 do mês passado atender uma ocorrência de vazamento de gás de cozinha. Ao chegarem ao local, encontraram Mary dizendo que matou as filhas e falando em se matar. Em seguida, acharam os corpos das adolescentes e do cachorro da família. Por conta disso, ela foi presa e levada para um hospital sob escolta policial.
Policiais militares foram até a casa da acusada no dia 14 do mês passado atender uma ocorrência de vazamento de gás de cozinha. Ao chegarem ao local, encontraram Mary dizendo que matou as filhas e falando em se matar. Em seguida, acharam os corpos das adolescentes e do cachorro da família. Por conta disso, ela foi presa e levada para um hospital sob escolta policial.
De acordo com a investigação, Mary se identificava como corretora de imóveis, mas não possui registro no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci). Além disso, a mulher é investigada pela Polícia Civil por suspeita de estelionato e apropriação indébita porque estaria se passando por corretora e usando o nome de uma imobiliária de “fachada” para enganar pessoas que queriam comprar imóveis. Há a suspeita que ela tenha conseguido R$ 214 mil em golpes.
Segundo o delegado, a mãe respondeu também por maus-tratos. O policial, porém, não soube informar se a acusação era de que teria maltratado as filhas. Segundo a investigação, a mãe era rigorosa com as filhas, chegando a pregar um papel na geladeira com tarefas das meninas e punições caso não as cumprisse. As filhas relatavam nas redes sociais divergências com a mãe.
Fonte: G1
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