Por: Pericles Gomes
Imagem: Internet.
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Na sexta-feira e no sábado passado, dias oito e nove (8,9) respectivamente, a Secretaria de Ação Social de Ibicuí, faria uma visita ao distrito de Ibitupã. Os principais intuitos eram: recadastrar o Bolsa Família, resolver assuntos relacionados ao INSS, além é claro, de ouvir a comunidade e suas reivindicações e necessidades.
O atendimento seria a priori no salão da Igreja Católica, mas depois fora mudado para o Colégio João Manoel da Silva, até então nenhuma anormalidade. Mas infelizmente a visita não aconteceu, frustrando assim o povo mais simples que aguardava ansiosamente à esta visita, tendo em vista, que o acesso a sede do Município é (desde sempre) precaríssima.
Uma viagem a Ibicuí custa em média cinquenta (50 R$) e nem todos podem pagar essa quantia tão alta (alta para os pobres, quero ressaltar). Ou caso contrário é mendigar uma carona. No entanto até agora não há nenhuma justificativa plausível (aliás não houve justificativa), pela não vinda da secretaria.
Agora carecemos fazer uma reflexão do que aconteceu no Brasil desde o seu nascedouro como República até os dias de hoje, para tentarmos assim entender os motivos pelos quais em Ibitupã ainda tenha quem afirme de forma voraz:
-EM IBITUPÃ, QUEM MANDA SOU EU! Há um velho ditado que diz: "Aonde há curral, quem manda é quem tem a chave da cancela". Agora entende-se mais ou menos porque nossa Ibitupã está assustadoramente abandonada.
No inicio do período republicano no Brasil (final do século XIX e começo do XX), vigorou um sistema conhecido popularmente como coronelismo. Este nome foi dado, pois a política era controlada e comandada pelos coronéis (ricos fazendeiros).
Na República Velha, foi o Voto de Cabresto, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens matérias (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc). Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais.
Depois ainda passamos pela miserável Ditadura Militar iniciada em 1964, mais uma mancha negra da nossa história republicana. Contudo em 1985 com a eleição de Tancredo Neves, voltamos novamente a democracia.
Nota-se que tanto o coronelismo, quanto o voto do cabresto, e uma espécie de "ditadura", não militar, mas ditadura, ainda vigoram atrozmente por aqui, mesmo sofrendo uma leve mutação. Os Poderes (executivo e legislativo) deveriam ser autônomos, mas por causa dos benefícios eleitoreiros... Um Poder acaba se subordinando ao outro. Tornando assim praticamente impossível que o nosso egrégio distrito se desenvolva autonomamente e que percamos todos os anos nossos familiares e amigos para os grandes centros urbanos (São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e etc) e todos sabem que este êxodo só acontece, porque por aqui eles não encontram oportunidades. Estamos matando os nossos jovens todos os dias. E parece que ninguém percebe.
Meu Deus... Ninguém percebe mesmo!
Mas após essa cansativa leitura você caro leitor, com certeza está se perguntando: Qual a relação entre a Secretaria de Ação Social, com o Coronelismo, voto de cabresto, ditadura e o êxodo principalmente dos nossos jovens?
Respondo que se vocês, assim como eu, tivessem acesso ao que rola nos bastidores em relação a esta não vinda da Secretaria( e por não ser oficial infelizmente não posso dizer aqui, pois tem gente por ai que processa), logo ficariam bestificados... E sem sombra de dúvidas fariam a mesma relação que eu espero conseguido ter feito.
Queria para encerrar dizer que nós não deveríamos estar nem do lado A, nem do B. Pois assim não se resolve os nossos problemas. Mas deveríamos estar e permanecer sempre do lado dos mais pobres e fracos, que não tem vez, nem voz, nesse modelo ultrapassado de política que foi implantado em nossa cidade.
É chegada a hora de transformar sonhos em projetos e projetos em realidade!
Tudo depende de você! Tudo depende de nós! Caso contrário ele vai continuar mandando mesmo, em mim e em cada um de vocês.
INSURGÊNCIA JÁ!
Ou se não... VIVA O CORONELISMO!!!
Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça e Leandro
Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento Comercial:
Amauri Leão. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Edilene Bahiah,
Jamilson Campos, Matheus Lima, Thaylana Santos e Werônica Rios.
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