Antonieta de Barros |
Foto: Internet.
Ontem, foi o dia do
professor, por isso, parabéns a todos os professores e professoras, isso, foi
graças ao empenho da primeira deputada negra eleita no Brasil por Santa
Catarina em 1934, Antonieta de Barros, era a primeira vez que a mulher podia se
candidatar. A mesma criou a Lei do Dia do Professor, aprovada 50 anos depois da
abolição da escravidão. O dia 15 de outubro foi escolhido, pois, foi à data em
que D. Pedro I instituiu o Ensino Elementar no Brasil, em 1827, contudo, só após
o Decreto do Presidente João Goulart em 1963, 15 anos depois, foi que o Dia do
Professor pode ser comemorado em todo Brasil, como sempre um presidente
progressista.
Os professores têm motivos
para comemorar o seu dia?
É um dia de homenagens, de
receber elogios, de refletir a importância do papel do professor nesta
sociedade de conflitos e de contrastes sociais, deste formador de opinião, que
deve ser o primeiro a estar na linha de frente da batalha, afirmava Freire, em
suas obras.
Neste dia 15, alunos, sociedade civil e os políticos fazem questão de enaltecer o trabalho deste
profissional, e, só. E nos outros 364 dias?
Certa feita, conversando com uma amiga de faculdade, ela me confessou que os professores é uma classe mais desunida que existe, inclusive, nesses tempos de reforma trabalhista de Bolsonaro, que acabou precarizando o funcionamento dos sindicatos, que em primeira análise, é quem de fato luta pelos trabalhadores da classe, ou que pelo o menos, deveria.
E o que unem os
professores?
O discurso de melhores
salários, aprovação de uma Carreira, formação continuada, precatórios, e etc;
Todas são reivindicações justas e legítimas. E por que está união não vão
adiante? Questões políticas, pode ser um dos fatores. Todos têm direitos,
inclusive, os contratados, no que se refere aos precatórios, todavia, não
existe aquele que dar o primeiro grito – temendo algo – e sabe quando os mesmos
terão seus direitos conquistados? Se continuar assim: nunca.
Direitos, só se é
conquistado na luta política, não é política partidária essa que causa arrepios,
mas, quem não toma partido não chega lugar algum, quiçá, venha um Anjo do Céu e
estale o chicote da justiça e resolvam todos os problemas – não vai, sinto em
desapontá-los, como diz Ciro Gomes.
Apesar do contexto
pandêmico, do enfrentamento aos novos desafios, inovações, da garra dos
professores para lutar por cada aluno, sou testemunha, animando-os, para que se
façam presentes nas aulas e aprenda, pois, todos sem exceção, até mesmo os
desanimados por todas as questões da práxis da profissão – acreditam que só
através da educação, e do conhecimento, o cidadão por ter seus direitos e
deveres respeitados, ou seja, viver uma cidadania plena sendo capaz de
transformar sua própria realidade.
Neste sentido, acreditava
Antonieta de Barros também, alfabetizada aos 17 anos, e filha de mãe escravizada,
via a importância da educação tanto que criou o Curso Particular Antonieta de Barros, e,
passou a dar aulas para pessoas carentes.
Para isso, não tem outra
saída, é tomar partido, dar exemplos, lutar o bom combate. Primeiro, oferecendo
educação histórico-crítica, e por fim, o engajamento na luta, ocupando todos
os espaços de poder – é dialogar na luta. É negociar na luta.
Temos motivos para
comemorar?
Se levarmos em conta, que
estamos enfrentando uma pandemia, sofrendo as consequências da ação de um
governo genocida, que afirma que temos professores de mais, que prefere amar a
pátria, ao invés, de lhes dar consciência crítica, devem-se comemorar,
principalmente, por ainda estarmos vivos.
Viva Antonieta de Barros! Fora Bolsonaro e aos que acham que “têm professores demais”. E para os que votam no Bolsonaro? É só deixar como está, todo mundo tem o Messias que merecem, e neste contexto, para quer direitos?
Parabéns professores e professoras que planejam, que dar aulas, que avaliam, que se autoavaliam, que lutam pelo direito intransigente do seu aluno aprender, agora, falta lutar pelos seus direitos.
DA REDAÇÃO, Pop. Por que 15 de outubro é o Dia do
Professor. Exame. Disponível em <https://exame.com/pop/por-que-15-de-outubro-e-o-dia-do-professor/>
Acesso em 16 Out. 2021.
FREIRE, Paulo. (1921-1997). Pedagogia do Oprimido. – 72. ed. – Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e
Terra, 2020.
G1. Santa Catarina. Lei do Dia do Professor tem assinatura
da catarinense Antonieta de Barros, primeira deputada negra do Brasil.
Disponível em <https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2021/10/15/lei-do-dia-do-professor-tem-assinatura-da-primeira-deputada-negra-antonieta-de-barros.ghtml> acesso em 16 Out. 2021.
SOUZA, de Talita. Quem é Antonieta de Barros, primeira
deputada negra que criou o Dia do Professor. CB. Disponível em <https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/educacao-basica/2021/10/4955458-quem-e-antonieta-de-barros-primeira-deputada-negra-que-criou-o-dia-do-professor.html>.
Acesso em 16 out. 2021
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