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Ana Carolina |
Por: Leandro Bahiah.
Imagem: A. P.
Arte: Pedro Henrique.
Muito se tem falado sobre
educação, em especial, da educação brasileira que quando se compara com outros
países tem números negativos no tocante a qualidade, até mesmo quando a
comparação é feita com países desenvolvidos como Estados Unidos e a maioria dos
países europeus, ou seja, uma comparação injusta, mesmo porque temos uma elite
que não se preocupa com a qualidade da educação do Brasil.
Por que esta crise na
educação brasileira? “A crise da educação
no Brasil não é uma crise; é um projeto. ”, segundo Darcy Ribeiro, este
projeto é da elite que quer usufruir dos privilégios e dos materiais escassos,
Souza (2018), enquanto para o povo é dado uma educação bancária que apenas
prepara o indivíduo para o trabalho ou trabalho precarizado como afirma Chauí (2019).
Não é uma educação que humaniza, e nem tão pouco, faz o sujeito refletir sobre
sua própria realidade — é uma educação que não se baseia em uma pedagogia histórica-critica.
Apesar da crise, houve avanços consideráveis na
educação brasileira, principalmente durante os
governos do Partido dos Trabalhadores (PT) que de fato olhou para os mais humildes e deu de fato
oportunidade para os estudantes de baixa renda, neste período, foram criados Programa Universidade para Todos (Prouni), Sistema de Seleção Unificada (SiSU), Universidades, Escolas técnicas, graças a estes programas,
pessoas que antes, nem se quer podia concluir o ensino médio, hoje, são
universitários.
E vimos isso na prática,
neste sentido parabenizamos Ana Carolina e Adryane Moura que conseguiram com seus
próprios méritos fazer o Enem e finalmente cursar uma faculdade, todavia, sem oportunidades e uma
educação pública de qualidade seria algo impossível como afirma Adryane: "Sim! Sem estes programas eu e muitos estudantes não teríamos condições de ingressar na universidade", reconhecendo assim a importância da criação dos programas nos governos petistas, embora, reconheça a importância destes programas, Ana diz que: "Hoje, o sonho de chegar a uma universidade não depende da classe social. Depende unicamente da nossa força de vontade. Se existisse essa força existirá sucesso. Afinal, o sucesso, nada mais é do que o acumulo de pequenos esforços repetidos dia a dia".
Por que estas alunas prosseguiram
nos seus estudos? Primeiro a criação destes programas já citados, e também dos
exemplos, as mesmas puderam evidenciar que filhos da terra já tinha sido agraciado
e viram que é possível cursar uma faculdade, o que antes, era um privilégio da
classe média e da elite, atualmente, pode ser diferente. Pode sonhar, os estudantes têm expectativas, isso é o que faz uma Nação forte.
Chauí diz que entre a carência (pobres) e o privilégio (elite), há o campo dos direitos universais, ainda não aceitos por parte da sociedade brasileira.
Neste sentido, creio
eu, que todos os profissionais da educação de Ibitupã sentiram-se orgulhosos, o
fruto do seu trabalho pode ser agora comprovado quando temos alunos de baixa
renda entrando na universidade, por isso, que acreditamos na educação.
Através da
escolarização, o sujeito, pode ajudar coletivamente e a transformar a realidade
sua e dos outros, para isso, tem que se pensar numa educação crítica.
Adryane Moura tem 20 anos e está fazendo Licenciatura em Física na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em Itabuna, por sua vez, Ana Carolina tem 18 e irá cursar Letras na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em Ipiaú, ou seja, ambas fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 e inscreveram no SiSU. Méritos das estudantes, aliado a promoção de oportunidades como, por exemplo,
a ampliação e objetivo do Enem que quando foi
criado em 1998 era apenas para avaliar o ensino médio.
Paulo Freire dizia se a
educação não é libertária, faz com que o oprimido se torne opressor.
Só a educação é capaz
de humanizar, de preparar o cidadão para viver uma cidadania plena, inclusive,
qualificando-o para o mercado de trabalho, contudo este cidadão deve estar consciente
do seu papel em quanto dos seus deveres e direitos.
A cada dia, somos
obrigados a lutar pelos direitos conquistados e guerrear por mais direitos, em
especial, esta luta compete a todos, principalmente dos educadores, pois os
mesmos são tidos como referências na luta e no questionar - como sabedores dos seus
direitos, com isso, teremos uma educação de qualidade e cada vez mais dando oportunidades
para estudantes das camadas mais pobres, assim de fato, teremos uma nação
justa, fraterna e igualitária.
Enquanto isso, trabalhamos
e parabenizamos as universitárias Ana Carolina e Adryane Moura pelos seus
feitos e esforços.
"A Deus, aos meus pais, minha avó, a minha família, amigos (professores) a quem sempre me apoiou", agradeceu Adryane. "Gratidão a Deus primeiramente por ter me propocionado essa bênção, gostaria de agradecer do fundo do meu coração a cada uma das pessoas que dedicaram um tempinho para orar e torcer por essa minha vitória, sou extremamente grata!", disse Ana Carolina.
Tanto Adryane quanto Ana Carolina pedem que mais estudantes pobres façam o Enem, e que se inscrevam nos programas educacionais, pois por mais que seja difícil não é impossível.
REFERÊNCIAS
RIBEIRO, Darcy. A crise da Educação no Brasil.
Pensador, [?]. Disponível em: < https://www.pensador.com/frase/MjAyMjM3NQ/
> Acesso em: 30 mar. 2022.
CHAUÍ, Marilena. A tragédia neoliberal e a
meritocracia. Canal Leandro Siqueira, 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5jNea8b3hUE
> Acesso em: 30 mar. 2022.
SOUZA, Jessé. A Tolice da Inteligência
Brasileira: ou como o país se
deixa manipular pela elite. São Paulo: Leya, 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 12ª ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1983.
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