Texto: Leandro Bahiah.
Imagem: Internet.
Imagem da Internet. |
Um dia destes qualquer analisando uma embalagem de brinquedos, pude perceber que a cultura da política que inferioriza o afrodescendente era explícita. Este tema requer uma discussão mais ampla no que diz respeito à maldita herança da escravidão na vida quotidiana dos afrodescendentes brasileiros. É uma questão seria que merece ser discutida e vai muito além das cotas. As cotas são necessárias como um meio de compensar os erros que o Brasil cometeu com os afrodescendentes do nosso país.
A caixa de brinquedos traziam objetos de plásticos de cor rosa: panelas, pratos e garfos. No verso da embalagem tinha duas crianças, cada uma na extremidade da caixa. Uma criança branca e outra afrodescendente, ambas muito sorridentes. Quando se viram a frente da caixa quem está em destaque? A criança branca. Tomando quase toda embalagem. A outra situação bastante curiosa é que a criança afrodescendente (empregada) parece que prepara a comida tampando uma panela enquanto a criança branca (patroinha) se serve.
A empresa responsável pelos brinquedos tem o nome de Mielle Brinquedos www.miellebrinquedos.com.br. O brinquedo levava o nome de Mestre Kuca. Outra observação entrando no site da empresa você caro internauta examinará e constatará que não se encontra nenhuma criança afrodescendente na página de apresentação (home). É o preconceito institucionalizado. E essa realidade tem que ser mudado, pensamento este que só retrocede e que atrasa o país.
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E todas essas situações passam despercebidas e as pessoas têm isso como normal. Não é normal! E as crianças que verão umas destas cenas acreditarão que sua única saída serão tornarem-se empregadas, são condicionadas a acreditarem nesta prática secular. É triste esta situação! Mais ocorre frequentemente no nosso dia a dia. E não só os afrodescendentes têm que lutar contra esta aberração, nós temos a responsabilidade de mudar esta história.
– E as crianças brancas têm culpas de estarem no site? – perguntou um rapaz enquanto eu escrevia o artigo. As crianças, não. A culpa é de todos que não fazem nada para mudar esta situação.
Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça e Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento Comercial: Amauri Leão. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Edilene Bahiah, Jamilson Campos, Matheus Lima, Thaylana Santos e Werônica Rios.
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