segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AUTOBIOGRAFIA DE UM MENINO EM POUCAS LINHAS.

 Por: Pericles Gomes.
Imagem: Internet.

Volta e meia me pego perguntando o que me motiva, o que me mantém de pé, qual é a minha força e donde e ela é proveniente. Não sei, contudo porque motivo isso interessaria a alguém saber. Mas vou tentar elucidar de maneira meio torpe, a que conclusão cheguei.

Sou um jovem de (23) vinte e três anos, filho de seu Djalma e dona Nelma, irmão de Jailton e Ana Paula e tio de Ágatha Cecília; sem absolutamente nada de especial, não sou de uma família tradicional de Ibitupã, nem nada do tipo. Apenas moldado por sonhos e medos, como qualquer jovem da minha idade. Não tenho pretensões vultosas. Sonho apenas em ser eu mesmo, com minhas poucas qualidades e meus muitos defeitos. Sem essa de saber o que quero ser quando crescer. Pretendo morrer menino.

Não sou um louco visionário, não quero criar nenhuma cartilha ou manual a ser seguido (me assustei ao ver que algumas pessoas me seguiam no Facebook, tratei logo de excluir o botão de seguir). Não pensei em nada novo, me basta seguir o que os grandes pensaram por mim e que por expertise ou tolice não sei, sigo cegamente.

Os meus ideais, as minhas ideologias, os meus projetos, as minhas crenças e meus sonhos na verdade, não são meus. Não os criei. Os tomei emprestado ou os roubei de alguém anos luz a minha frente. Em mim tudo é cópia, nada é original. Sou o plágio em pessoa.

Não creio em super-heróis com poderes extraordinários. Enchem-me os olhos os heróis de carne e osso, de gente de verdade, do dia-a-dia, do cotidiano. Que choram, que sofrem, que erram, que sentem dor e que amam. Ao invés do Super-Homem, do Homem-Aranha, do Batman, do Robben, da Mulher Maravilha e etc. Prefiro Dom Hélder Câmara, Mahatma Gandhi, Marthin Luther King, Irmã Dulce, Nelson Mandela, João Paulo II, Madre Teresa de Calcutá, Zilda Arns, Darcy Ribeiro entre outros tantos.

Constrange-me o elogio mesmo gostando, lido mais facilmente com a crítica. Custo a entender certas coisas. Sou muito cético às vezes. Gosto das coisas simples da vida. Gosto de jogar papo fora com os amigos, de tomar café quentinho (ou não), de ler bons livros, de escrever minhas quase poesias e de dormir até mais tarde e de passar horas lendo as poesias de Leandro Bahiah.

Politicamente me identifico com a esquerda. Como todo bom brasileiro aprecio futebol (em especial o meu Corinthians). Adoro ouvir boa música. Sou Católico por convicção. Teologia e filosofia me fascinam. Amo a minha família incondicionalmente. Sou apaixonado por uma linda mulher, pele morena, meiga, simples, muito tímida e um pouquinho indecisa (infelizmente não sou totalmente correspondido).

Mesmo assim em meio a esta notória insignificância, encontro quem goste de mim, da minha presença. Noto pessoas dispostas a escutarem o que digo, a lerem o que escrevo e por incrível que pareça, ainda juram que admiram minhas quase poesias. Cometem, por conseguinte o sacrilégio de presumirem que sou inteligente e erram tenazmente ao ouvirem os meus ultrajados conselhos de menino.

Cheguei muito longe afinal. Sou filho e neto de trabalhadores rurais e donas de casa. Até os (12) doze anos morei literalmente na roça. Tive as noites iluminadas pela luz da lua e das estrelas (daí a minha veneração por elas) e pelo velho candeeiro feito artesanalmente por painho. Hoje sou formado em teologia (cursando bacharelado na mesma área) breve licenciado em história, cursando pedagogia, presidente de um partido político (a nível municipal), quase poeta, quase escritor e quase ganhando um salário mínimo. Para muitos, isso já seria o bastante. Não para mim.

Concluo parafraseando um dos meus poetas favoritos; Manoel de Barros:
“A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas”.



Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça e Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento Comercial: Amauri Leão. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Edilene Bahiah, Jamilson Campos, Matheus Lima, Thaylana Santos e Werônica Rios.




 


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