domingo, 8 de setembro de 2019

VÃO TODOS DESCER NA BOCA DA GARRAFA ORDINÁRIOS.

Geração Anos 90.

Por: Leandro Bahiah.
Imagem: Internet. 

O que poderia esperar de uma geração que dançava Na Boca da Garrafa e que segurava o tchan? Era uma incógnita. Verdade. Futuro incerto para a maioria dos brasileiros que pertencia à classe econômica mais baixa, aliás, miseráveis abaixo da linha da pobreza assim definida pela Organização das Nações Unidas – ONU. Mesmo porque a inflação era uma constante - um monstro ameaçador que até hoje temos que ficar em alerta. Viva o ex-presidente Itamar Franco (MDB), o realizador do Plano Real.
Antes de tudo: Tenho orgulho de fazer parte desta geração que sofreu privações econômicas, não tinha se quer expectativa de vida – um dos sonhos – concluir o ensino médio já bastava! O ensino superior era algo fora de cogitação. Uma geração que não sucumbiu ao mundo das drogas, com exceções, é claro. A maioria dos brasileiros não tinha televisão, o fogão era a lenha e os programas de governos federais pareciam peças de ficção - aquilo não chega até nós que habitávamos os rincões do país – o fim do mundo.
No “Dia da Independência do Brasil” o “presidente” do país cita os EUA e ainda vende a pecha de patriota. Paradoxo. Vi também no palco junto às autoridades federais aqueles que sempre ganharam e ainda lucram a custa da miséria alheia. O Brasil de Jair Messias Bolsonaro interessa a eles com suas (reforma trabalhista, reforma da previdência, privatizações. e etc...). Silvio Santos com sua telesena vendendo o “sonho da casa própria” e de tornar as “pessoas milionárias” à custa da falta de oportunidade dos brasileiros de antes e de agora, e por fim, o Bispo Edir Macedo que usa da religião como meio de enriquecer sordidamente em detrimento da fé das pessoas na sua maioria gente humilde.
E esta geração? Esta que arrasta a rabeta no chão, que convive com a ansiedade e a depressão, e é protagonista de uma concorrência desmedida e que mergulha intensamente no mundo das drogas? Sinceramente. Espero que esta geração dê a volta por cima e consiga fazer um Brasil diferente. Que redima do seu erro histórico de eleger um Jair Bolsonaro com todas as suas desumanidades. Isto se deu em negação a política, os direitos humanos conquistados, aos conservadores de plantão baseando-se no preconceito, no medo, na intolerância e nas fakes news.
Nossa geração tem muito que agradecer a um brasileiro em especial, ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). Este fez com que nós sonhássemos com ensino superior. Tivéssemos comida na mesa. Tivéssemos expectativa de vida. Déssemos a volta por cima. E é evidente que com todos estes feitos positivos não eliminam os possíveis erros ou supostos crimes que os líderes petistas tenham cometidos, contudo, minha gratidão!
A culpa foi: Minha. Dos professores, dos pastores conservadores, de alguns oportunistas, “religiosos”, dos avós que sofreram com a ditadura, dos pais que conviveram com a inflação e não fora convincentes o suficiente. “Eles venceram e o sinal está fechado pra nós/ Que somos jovens...”, cantava Belchior. Há 40 anos que não se via autoridades em Bienais à procura de obras artísticas para censurar e apreender. É preciso dar um basta! E a Justiça deu liminar a favor da organização da Bienal no Rio de Janeiro.
Aos filhotes da ditadura. Aos Silvios da vida brasileira. Aos mercadores Edir (es) e Crivellas. Aos intolerantes e ignorantes que veem na arte, na educação, nos movimentos sociais e nos pobres os seus inimigos – um recado: Voltem aos esgotos – deixem os artistas fazerem sua arte. Não vão as bienais se sentem ofendidos. Nossa geração está viva! Libertem-se e vão descer na boquinha da garrafa seus ordinários.      “Os nossos inimigos estão no poder!”, diria Cazuza.


Leandro Bahiah é graduado em Pedagogia pela Unopar. Filiado ao Partido Socialismo e Liberdade. E faz parte do grupo político Voluntários da Reforma. 

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