quarta-feira, 9 de março de 2016

CLARO QUE NÃO HÁ GOLPE, A COISA É MUITO PIOR

Por: Pericles Gomes

Eu não queria falar ou escrever nada sobre isso, mas como pedem a minha opinião, não me permito abster de dá-la. Quem acompanha as minhas publicações neste espaço, já deve ter percebido que me identifico politicamente com a esquerda. Abro um parêntese para dizer que milito contra o capitalismo e a perversa distribuição do capital; sou contra a direita, mas não propriamente de esquerda. Dito isto, fecho o parêntese.

É evidente que o eventual impeachment da presidenta Dilma não é golpe coisa nenhuma - alguns amigos meus se irritam quando escrevo presidentA, já tentaram me convencer que a maneira correta é presidentE, meu professor de Latim clássico e Língua Portuguesa me disse que sim, posso escrever presidentA - Claro que não existe briga entre direita e esquerda, entre elite e trabalhadores, entre pobres e ricos e muito menos briga de classes como o comunismo, o PT e o Lula nos fez e quer voltar a nos fazer acreditar. Isso nunca existiu por aqui, essa é só mais uma das mentiras que a máquina de mentiras do PT inventou. Nunca existiu e nem existe golpe ou conspiração!

A coisa é muito pior do que se imagina. Vejo a situação do país de forma calamitosa, desastrosa. Vejo o país afundado em uma crise muito mais política que financeira, sem precedentes em nossa história. O que está havendo no Brasil desde o ano 1500, quando os portugueses por aqui chegaram, é a bravata desleal entre Senzala e Casa Grande, entre colonos versus imperialismo, entre negros e senhores de escravos! Vejo nostalgia nos olhos e gestos de muitos, deste tempo que ainda não passou, infelizmente. Volto a afirmar: é imperialismo versus colonos e não direita contra esquerda! E como é triste ver meu povo bestializado, infantilizado e massa de manobras para estes pilantras profissionais em usurpar os mais pobres.

Mesmo iracundo com isso tudo, não quero bancar o advogado do diabo e muito menos defender o PT - deixo isso para os seus militantes-, quero tão somente defender a liberdade e a verdade. E como disse o poeta libertário quero repeti: "a minha única bandeira é a liberdade". No entanto, é evidente que nós, os colonos,  supomos que os "nossos senhores", enfim, tinham nos libertados. Até o PT tinha crido nisto, -mais um de seus erros-, quando na verdade, só tinha sido uma trégua em nossa bravata - que parece ser eterna-. Eles querem o país deles de volta, é justo! Afinal o Brasil nunca foi o país de todos!

Eles suportaram ver seus filhinhos brancos e ricos dividindo as salas das universidades com os filhos negros e pobres dos seus empregados negros, pobres e favelados; suportaram dividir o aeroporto, o shopping; suportaram até ver esses descendentes de escravos africanos e índios conseguir conquistar a casa, o carro, o apartamento próprio; e por incrível que pareça, suportaram  até um operário na presidência dessa nossa República de "faz de conta" e uma mulher com pouca capacidade de comunicação oral  e outras incapacidades, ser a chefe máxima dessa nossa frágil democracia, que consegue ser mais forte  só que a minha poesia. Mas basta! Chega! Agora eles querem o país deles de volta!

O que nos resta agora é assistir o que a Rede Globo nos oferece: os três últimos dias de "a regra do jogo", o BBB 16, apesar que agora ficou chato, a nossa candidata favorita -Ana Paula- foi excluída do programa.  Coisa de muita qualidade. Padrão Globo! Ou então, lembrar que somos maioria neste que deveria ser o nosso Brasil. E sim, ainda somos o país do futuro!

Que a Esperança nos guie. Mas esperança como nos ensinou o nosso patrono da Educação, Paulo Freire; "esperança do verbo esperançar". Somos agentes transformadores da sociedade em que vivemos. Não percamos o que já conquistamos. A história nos cobrará! Não lavemos as mãos como fez Pôncio Pilatos, contudo, gastemos a nossa vida e sejamos como foi Dom Hélder Câmara, a voz dos que não são escutados e a vez dos que são excluídos. Que nosso verdadeiro senhor, Jesus Cristo, nos ajude a nos ajudarmos. Pronto, está dito! 

PS: Já me disseram que escrevo textos grandes e por isso, quase ninguém lê. Peço desculpa, mas não sei ser mais sintético do que tenho sido. Prometo tentar diminuir na próxima reflexão, nesta não consegui. 


Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento: Leandro Bahiah. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Jamilson Campos e Werônica Rios. 

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