segunda-feira, 20 de abril de 2015

CAREÇO DE POESIA.

Por: Pericles Gomes.
Imagem: Internet. 

Dedico o meu tempo a escrever sobre poesia. Portanto, nada melhor do que poesia para começar. Transcrevo um trecho do poema "Viver a vida" de Jorge Luis Borges um célebre escritor, poeta e ensaísta argentino. Publicou poemas e contos que ficaram famosos no mundo todo. Ei-lo:

"Se eu pudesse novamente viver a vida...
Na próxima... trataria de cometer mais erros...


Não tentaria ser tão perfeito...


Relaxaria mais...

Teria menos pressa e menos medo.

Daria mais valor secundário às coisas secundárias.

Na verdade bem menos coisas levaria a sério.
Seria muito mais alegre do que fui.
Só na alegria existe vida.
Seria mais espontâneo... correria mais riscos, viajaria mais.
Contemplaria mais entardeceres...
Subiria mais montanhas...
Nadaria mais rios...
Seria mais ousado... pois a ousadia move o mundo.
Iria a mais lugares onde nunca fui.
Tomaria mais sorvete e menos sopa"...


É triste observamos, que o mundo todo vive numa verdadeira corrida desenfreada e sem rumo. Uns querem poder, outros fama, dinheiro, outros, esses todos juntos, esses certamente se pudessem viver novamente teriam que seguir à risca os conselhos do poeta. Existem àqueles que como o rei Salomão, só pediu a Deus sabedoria e conhecimento (Crônicas 1:10). Não quero parecer arrogante, no entanto, não desejo nem fama, nem poder e nem dinheiro. Também não ambiciono sabedoria e nem conhecimento. Justifico-me com o livro dos Eclesiastes 1:18; "pois quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto". 

Quero tão somente enxergar poesia onde quer que eu esteja. Poesia nos rostos sofridos que carecem do afago e carinho de Deus e dos irmãos, poesia nos textos Sagrados, poesia na paixão, morte e ressurreição de Jesus, o Cristo Senhor. Poesia na Igreja, responsável em anunciar a misericórdia infinita de Deus; poesia no trabalho árduo dos sacerdotes que nos trazem o Cristo, na Santa Eucaristia e o seu perdão na Reconciliação dos nossos pecados; poesias naqueles que sentem-se chamados à  a viver a fé discípula e missionária; poesias nas mulheres samaritanas que dedicam a vida e o tempo à Igreja. 


Quero aquela poesia do avó que espera o abraço do neto. 

Espero pela poesia, como o amado pela sua amada na noite de lua cheia; como o caçador pela sua presa tardia; como o competidor pelo troféu. Quero enxergar a poesia pelos olhos de uma águia; uma poesia reviçada como a Ressurreição de Jesus. Uma poesia que me faça atravessar mares a pés enxutos; que faça cair do céu um maná para saciar de poesia a vida dos famintos; e principalmente poesia na teologia da enxada que o servo de Deus, Dom Hélder Câmara propôs.

E quando enxergar tudo isso poeticamente, claro; desejo reviçar o meu olhar. Por isso, não tenho medo de dizer que careço de poesia.

Desejo enfim poesia. Toda poesia!

Diretor-presidente: Pericles Kinho. Edição: Adenilson Kbça e Leandro Bahiah. Direção de Arte: Pedro Henrique. Produção/Departamento : Amauri Leão. Direção de Marketing: Abel Meira. Colaboração: Jamilson Campos, Matheus Lima e Werônica Rios. 

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